Encontro do GNCOC em Manaus, na sede do MPAM, encerra com palestras de especialistas internacionais
Evento destacou a importância da luta contra organizações criminosas e estratégias eficazes de prevenção e combate
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O segundo e último dia do Encontro do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), realizado na sede do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), superou fronteiras linguísticas e geográficas, nesta sexta-feira (17/05). A programação teve palestras do juiz superior e presidente da Primeira Sala Penal de Apelações da Corte Superior de Justiça do Peru, Carlos Alberto Del Piélago Cárdenas; do agente especial do Serviço de Segurança Diplomática dos Estados Unidos, Christopher Kirk, e do fiscal federal da Argentina, Ricardo Toranzos, que participou de forma remota.
O evento ocorreu no auditório Carlos Alberto Bandeira de Araújo, localizado na sede do MPAM, e contou com tradução simultânea para os membros e servidores do órgão ministerial.
Abrindo as atividades, Carlos Alberto Del Piélago Cárdenas conduziu a palestra “O crime organizado na zona de fronteira Peru-Brasil”, apresentando os principais problemas de segurança pública que afetam a fronteira entre Brasil e Peru e destacando, principalmente, o narcotráfico e o garimpo ilegal. Além disso, ressaltou a ausência do Estado nas regiões de fronteira entre os países e a escassez de recursos econômicos e humanos para realizar policiamento, o que deixa a população local à mercê da criminalidade.
O juiz enfatizou que a resolução dos desafios de segurança pública requer uma abordagem multifacetada, com ênfase na importância de atividades estratégicas de inteligência e em desmantelar as lideranças criminosas e suas organizações, junto com investimentos em recursos tecnológicos e um aumento do efetivo policial. Além disso, ressaltou a necessidade de uma presença mais robusta do poder público em comunidades indígenas e do estímulo ao desenvolvimento econômico das populações na região fronteiriça.
Para Cárdenas, se os narcotraficantes atravessam a fronteira cometendo crimes, é preciso que as nações façam o mesmo para combatê-los. “Todos unidos podemos fazer mudanças, mas precisamos que o Estado também participe”, concluiu o juiz superior, exaltando ainda o trabalho realizado pelos Grupos de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Programação de encerramento
O Encontro do GNCOC teve, em seguida, palestra de Ricardo Toranzos, fiscal federal de Salta, na Argentina, que participou de forma remota com o tema “Ferramentas especiais para investigação de organizações criminosas”. Na apresentação, ele sinalizou rotas de tráfico e áreas de atuação de facções criminosas, elucidando as formas com as quais as facções criminosas burlam as forças de segurança e cometem crimes como lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
Já Christopher Kirk, agente especial do Serviço de Segurança Diplomática dos Estados Unidos, abordou o tema “A missão do Serviço de Segurança Diplomática e a colaboração no Brasil”. Ao iniciar, o agente elogiou os trabalhos realizados pelo procurador-geral do MPAM, Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior, e pelo coordenador do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPAM, Igor Starling Peixoto, e pelo novo presidente do GNCOC, Danilo Lovisaro do Nascimento. Kirk discursou sobre casos em que o serviço de segurança americano atuou e explicou sobre as ações conjuntas entre Brasil e Estados Unidos.
A programação encerrou com palestras nacionais de Carlos Vieira Von Adamek, desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), com o tema “Breves reflexões sobre os poderes investigatórios do Ministério Público”, e de Mário Paulo Teles, delegado de Polícia do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil do Estado do Amazonas, com o tema “O crime organizado e o tráfico de drogas no Amazonas”.
Foto: Hirailton Gomes
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