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DPE-AM alerta para a importância do cumprimento das medidas cautelares com tornozeleira eletrônica e oferece orientações

Durante audiências de custódia, a Defensoria Pública vem identificando que muitos assistidos do regime semiaberto e em liberdade provisória têm regredido ao regime fechado ou à prisão decretada por desconhecimento dos procedimentos e das regras de uso do equipamento


A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) alerta aos assistidos do regime semiaberto e em liberdade provisória para a importância do cumprimento das medidas cautelares que envolvem o uso da tornozeleira eletrônica.

A DPE-AM identificou que muitos assistidos têm dúvidas e dificuldades relacionadas ao uso da tornozeleira, especialmente quando o equipamento não é instalado imediatamente e quando ocorrem retornos periódicos por quatro ou até mais vezes para ter o dispositivo implantado ou finalização da manutenção. Durante esse tempo, quando há falta de algum dos agendamentos, por qualquer motivo, surgem dúvidas se houver ou não prisão automática.

A tornozeleira eletrônica é um instrumento fundamental para o monitoramento das pessoas em liberdade provisória e em regime semiaberto. A falta de conhecimento sobre as regras de uso e os procedimentos pode levar ao descumprimento das medidas e, consequentemente, à perda da liberdade.

O defensor público Diêgo Luiz Castro Silva, coordenador Criminal da Defensoria Pública, explica que os casos de dúvidas e dificuldades ao uso do equipamento foram identificados durante audiências de custódia.

Ele conta que, em alguns casos, uma pessoa teve prisão decretada por deixar de comparecer à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) após ter ido algumas vezes e não ter o equipamento à disposição. Com isso, ela deixa de ir e, após as faltas seguidas, a Seap aciona a Justiça, que determina a prisão provisória ou a regressão do regime de cumprimento de pena.

Por isso, é importante comparecer regularmente e manter contato frequente com a Seap, mesmo que a secretaria informe que não há tornozeleiras disponíveis naquele momento.

“Às vezes, uma pessoa deixa de ir um mês, aí ela pensa que o mandado de prisão já foi expedido automaticamente para ela retornar à prisão. No mês seguinte, já não procura mais por medo de ser presa ali no ato de comparação. Então, ela vai sair de procurar a Seap para regularizar a situação e acaba que nesse tempo, de dois a três meses, em que uma pessoa deixa de comparecer, a Seap comunica ao juiz, que determina a prisão”, explica Diego Castro.

"Se a pessoa faltar um mês ou dois meses, por mais que seja ruim, não gera a prisão imediata, pois a Seap liga para a pessoa, uma, duas, três vezes. Caso não consiga contato ou a pessoa não regularize a situação, aí sim o juiz é comunicado e pode decretar a prisão, com o restabelecimento da prisão preventiva ou regressão para o regime fechado. No caso, essa pessoa será ouvida para que volte a cumprir as condições ou cumprir novo período de prisão para a reaquisição do direito ao regime semiaberto", ó defensor.

Orientações

O defensor público também alerta para a necessidade de manutenção regular do equipamento de monitoramento eletrônico. As pessoas que utilizam o dispositivo precisam observar se a tornozeleira apresenta perfeito estado de funcionamento e se estão com as manutenções permitidas nos prazos propostos.

"Quando colocado o equipamento, há uma orientação: qualquer problema deve ligar para o telefone 0800 591 3746 para regularização. Durante a chamada, eles avaliam e, se for o caso, recomendam uma frequência na Seap para que seja feita a manutenção do equipamento ou até a mesma troca se for necessária", explica.

Há ainda outros pontos de atenção destacados pelo defensor como:

Cumprimento das regras - Respeitar os horários de recolhimento, as áreas de restrição e as demais condições impostas pela Justiça.

Respeito às áreas de restrição - A pessoa monitorada deve evitar o acesso a áreas proibidas, como bares, casas noturnas e locais de aglomeração.

Comunicação - Manter contato com a equipe responsável pelo monitoramento e informar qualquer problema ou mudança de endereço.

Consequências do descumprimento

O descumprimento das regras do monitoramento eletrônico pode levar a graves consequências, como:

Retorno à prisão - Uma pessoa pode perder o direito da liberdade provisória ou do regime semiaberto e ser encaminhada para um presídio.

Dificuldades para obter novos direitos - O descumprimento das regras pode prejudicar a obtenção de outros direitos, como retardar nova progressão de regime.

A Defensoria oferece orientações

Além de se dirigir à Seap, em caso de dúvidas ou dificuldades, é possível procurar a Defensoria Pública, que dispõe de orientação jurídica aos seus assistidos. A equipe do DPE-AM está preparada para dúvidas sobre as medidas cautelares e auxiliares na resolução de problemas.

“Aos que se encontrarem em situação semelhante, podem ir direto ao Centro de Operações e Controle da Seap/COC, na Cachoeirinha, para regularizar. Caso tenha alguma dúvida, pode procurar a Defensoria Pública no Núcleo Criminal da avenida Umberto Calderaro (antiga Paraíba) e lá, a depender da vara judicial, terá um defensor específico para o atender e orientar. Ou então pode ligar pelo 129, para também ser atendido pela equipe do setor criminal”, explica o defensor público Diego Castro.

A DPE-AM reforça os assistidos do regime semiaberto e em liberdade provisória:

Seus direitos - Você tem direito a um tratamento justo e humano, além de acesso à informação e à orientação jurídica.

Sua responsabilidade - O cumprimento das medidas impostas é fundamental para garantir a sua liberdade e cumprimento integral da pena.

Foto: Arquivo/TJAM

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